No começo de 2020, quando o primeiro decreto estabeleceu o fechamento de muitos estabelecimentos comerciais em Alagoas, um empresário do ramo alimentício nos pediu um orçamento para gerenciamento das redes sociais das suas empresas.
A conversa, como ocorre bastante, foi pouco efetiva. O empresário, além de não estar disposto a investir de fato nas suas redes, disse que o seu negócio era físico. Para ele, a presença da sua marca nas redes era um mero protocolo. Vendas on-line? Ele nem queria ouvir falar.
Transcorrido um ano, fomos surpreendidos por um novo contato feito pelo mesmo empresário (não o abandonamos por um ano, mas ele não se interessava mesmo). Desta vez, ele queria uma empresa para gerenciar as suas redes, iniciar um e-commerce para os seus produtos, investir em tráfego pago e em atendimento on-line aos clientes.
Acontece que, além de querer tudo isto, o dono de uma pequena rede de lojas não tinha qualquer planejamento, não tinha clareza do seus objetivos e queria tudo para "ontem" por valores que o mercado não vai ofertar. Levou um ano, talvez um pouco menos, para o empreendedor perceber que os negócios virtuais não são mais uma opção. Eles são uma realidade sem volta.

Só em 2020, o e-commerce cresceu 73,88% no Brasil. O faturamento do setor mais do que dobou atingindo 122% de crescimento no ano passado. Sim, a pandemia favoreceu muito esses resultados. Mas o segredo está em compreender que não para por aí.
O equívoco de muitos empresários está em imaginar que a expressão "novo normal" se restringe ao uso de máscaras e ao hábito de lavar as mãos. Vai além! Por "novo normal" define-se toda uma mudança cultural que afetará gerações.
Uma dessas mudanças é a consolidação dos negócios na internet. Uma modalidade que está passando por constante aperfeiçoamento. A tendência é que um número crescente de pessoas adiram às compras on-line. E não apenas por causa das restrições impostas pela crise sanitária. Isto ocorrerá porque a rotina das pessoas mudou.
Vivemos em grandes centros urbanos. A vida é corrida e o tempo está cada vez mais escasso. Há trânsito, tumulto, barulho e insegurança para ir de um lugar ao outro. Então, pedir comida rápida, depositar um cheque sem ir ao caixa, pagar contas usando apenas um comando no relógio, realizar reuniões de negócios por chamadas de vídeo e, claro, comprar o que você precisa sem ir a loja são imperativos dos novos tempos que a pandemia só aprofundou.
Aqueles que teimam em não aceitar ou realmente não entendem isto, são os mesmos que estão em carreatas opondo a vida à economia em apelos nada bons para a imagem das suas marcas. Portanto, comece já a repensar o seu modelo de negócio. Faz tempo que as redes sociais deixaram de ser sinônimos de vídeos de dancinha ou de gatinhos fofos. Faça isto, ou então continue esperando que o seu negócio físico retorne, quando a vida voltar ao "normal" no final de 2022.
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